As moscas desempenham o papel de decompositores de resíduos orgânicos. Seus filhotes atuam, ao lado de outros insetos, ácaros, fungos e bactérias, encarregados da transformação da matéria orgânica dos estercos e carcaças em elementos mais simples que podem ser aproveitados pelas plantas.
Como aprendemos na escola, nosso ecossistema é composto por diversas espécies e cada uma delas tem sua importância e papel dentro do todo. Todos são importantes, desde os humanos até os insetos.
Estes últimos por vezes são muito mal vistos junto às pessoas, uma vez que enxergamos os insetos como praga e acabamos não encontrando o papel deles no sistema geral. Nesse texto vamos falar um pouco mais sobre as moscas e sua importância biológica para o homem.
Moscas como veiculadoras de doenças
As moscas possuem grande importância para o homem sob o ponto de vista biológico e médico-veterinário.
Do ponto de vista biológico, muitas moscas são extremamente úteis como polinizadoras, como decompositoras de matéria orgânica, fonte de alimentos para vários animais e como predadoras de larvas de borboletas e besouros e, por isso, são utilizadas no controle biológico.
Do ponto de vista médico-veterinário, sua importância está relacionada com:
a) Sinantropia: é a capacidade que algumas moscas têm de frequentar ambiente rural, silvestre e urbano e, após visitarem dejetos e carcaças, veicular patógenos;
b) Importunação de homens e animais pela hematofagia, às vezes, intensa e dolorosa;
c) Agentes de miíases.
As moscas podem atuar como vetores — ou seja, agentes transmissores de doenças — de duas formas principais. Uma delas é a transmissão mecânica.
Assim como as pessoas podem trazer para dentro de casa sujeira impregnada no sapato, a mosca doméstica, por exemplo, pode carregar nas patas milhões de microrganismos que, dependendo da quantidade, causam doenças. Moscas que pousaram em fezes, por exemplo, contaminam alimentos e bebidas. Essa é uma forma de o homem contrair doenças debilitantes e mortíferas como a febre tifoide, a disenteria e até mesmo a cólera.
Em dez minutos ela penetra na pele sã ou lesada. Após a penetração, começa a formar-se uma lesão nodular, avermelhada, com um orifício central, por onde é eliminada secreção aquosa (exsudato), levemente amarelada ou sanguinolenta.
Podem ser uma ou mais lesões e atingir qualquer área da pele, inclusive o couro cabeludo. A larva (berne) permanece com os espiráculos respiratórios voltados para fora e a extremidade anterior (boca) voltada para dentro. Sessenta dias depois a larva já passou pela ecdise e está madura.
Então, ela abandona o hospedeiro e cai no chão. Enterra-se em terra fofa e transforma-se em pupa. Esta fase dura 30 dias. Vinte e quatro horas após abandonar o pupário, as moscas copulam e iniciam a postura dos ovos.
O berne provoca um prurido intenso e depois dor. O orifício aberto possibilita a entrada de larvas de outras moscas e várias bactérias que podem complicar o quadro. Por isso, recomenda-se tirar o berne logo que seja percebido. A melhor maneira de se retirar o berne é matando-o por asfixia. Estando vivo, ele manterá seus espinhos firmemente aderidos ao tecido do hospedeiro, dificultando sua retirada.
Para retirar o berne:
- a) Raspar os pelos e limpar bem a região;
- b) Colar um pedaço de esparadrapo firmemente sobre o berne;
- c) Deixar por uma hora;
- d) Retirar o esparadrapo;
- e) Se o berne não sair junto com o esparadrapo, com ligeira compressão sairá;
- f) Tratar a ferida com um bacteriostático.
Miíases
Miíase é o nome dado à infestação de vertebrados vivos por larvas de dípteros que se alimentam dos tecidos vivos ou mortos do hospedeiro ou de suas substâncias corporais. No meio rural é conhecido como ”bicheira”.
Quando a pessoa ou animal sofre um ferimento ou corte mais profundo, devemos tratar a ferida com antissépticos e, algumas vezes, antibióticos tópicos. Mas é imprescindível proteger o local contra as moscas.
Ao pousarem sobre a ferida, as moscas depositam dezenas de ovos que irão eclodir, transformando-se em inúmeras larvas que se alimentarão de tecido vivo (miíase cutânea). As larvas cavam verdadeiras galerias sob a pele, causando lesões e um incômodo muito grande ao animal. As lesões podem ser tão profundas que conseguem atravessar a musculatura do animal, atingindo órgãos vizinhos (miíase cavitária).
As larvas de moscas podem se proliferar também em tecidos não lesados. Quando a pele apresenta dermatites exsudativas (produzem líquido) que mantenham o local sempre úmido, ou naquelas pessoas sem condições de higiene, a bicheira também pode aparecer.
O local acometido deve ser lavado com soluções antissépticas e o médico deve examinar o local à procura de larvas em tecidos mais profundos. Em regiões onde é frequente a ocorrência de moscas devem ser aplicados produtos repelentes em todos os ferimentos abertos.
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fonte: https://vidaemfocooo.com/